Nas reuniões da Área Metropolitana de Lisboa, nós vemos o Hélder sentado ao lado dos nossos autarcas, com sorrisos e com palmadas nas costas, mas ele é alguém que está à espera de uma noiva, para que possa ascender e essa noiva chama-se André Ventura [Renato Santos, candidato do PS à presidência da Câmara de Mafra]
Ontem, ao fim da tarde decorreu no Jardim Romântico do Celebredo, na Tapada Nacional de Mafra, a apresentação dos candidatos do PS à Câmara, Assembleia Municipal, Assembleias de Freguesia e de Uniões de Freguesia do concelho de Mafra.
Presentes na apresentação estiveram Duarte Cordeiro, presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS (FAUL) e Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas e muitos militantes do PS Mafra e de outros municípios da região.
O partido socialista olha para Mafra na perspetiva do que falta fazer, não numa lógica de achar que aquilo que existe no concelho é suficiente [Duarte Cordeiro]
Duarte Cordeiro realçou a importância de apresentar como candidato à presidência da Câmara de Mafra, um jovem com ambição e com experiência política, alguém que, disse, conhece muito bem o concelho de Mafra. Destacou ainda algumas iniciativas políticas do seu partido, ao nível nacional e da área metropolitana, com especial destaque para as políticas de saúde, de transportes e de ambiente.
O PSD converteu-se num partido cabide, onde qualquer um se pendura e onde as lutas internas se sobrepõem ao interesse nacional [José Graça]
José Graça, atual presidente da comissão política do PS local, algo nervoso, realçou aquilo a que denominou resiliência do PS Mafra e declarou ter esperança de poder vir a conquistar em Mafra “a vitória autárquica que nos foge desde longínquos tempos“. Numa referência aparentemente dirigida ao partido Chega, José Graça referiu-se aos que se afirmam interessados em “fazer tremer o sistema, numa clara tentativa de intimidação institucional, numa descarada conversa antissistema e contando com a complacência de um PSD que parece querer abandonar o sistema democrático que ajudou a fundar e a consolidar“.
Batalhámos para trazer novamente as águas para a esfera pública, passámos 30 anos a avisar que era um mau negócio e ao fim de 30 anos a história deu-nos razão [Renato Santos]
Renato Santos, candidato à presidência do PS Mafra assumiu-se como “um produto de Mafra” e mostrou-se motivado para tentar dobrar a votação do seu partido em Mafra. Afirmou não existir por aqui uma verdadeira política de ação social, que em Mafra “seja para o que for” são aplicadas as tabelas máximas, que não há empresas a instalarem-se no concelho, que as PME Líder do concelho só se dedicam à construção e que as incubadoras de empresas do concelho têm dois jornais e empresas de comunicação.
Reivindicou para o PS as ideias de remunicipalização da água e do saneamento, de requalificação dos carrilhões, da necessidade de fazer obras no pontão da Ericeira, da necessidade de uma solução para a Tratolixo, “um problema monstruoso que temos no nosso concelho, onde não há uma política de resíduos“. Renato Santos reivindicou a construção de um novo hospital, que possa servir as populações de Mafra, Torres Vedras e Sobral de Monte Agraço, a construção de um viaduto que faça a ligação entre a A16 e a A21 e a abolição do pagamento da ligação da A21 entre Malveira e Venda do Pinheiro.
Por muito que custe ouvir ao PSD local, as esquadras que foram construídas, as escolas que foram recuperadas e os centros de saúde, tudo isto foi obra do Partido Socialista [Renato Santos]
“Em Mafra temos a direita mais à direita do PSD” a afirmação é do candidato do PS à presidência da câmara de Mafra, que referiu o facto de, em 8 anos de mandatos, nunca se ter por aqui ouvido falar em direitos LGBT, em igualdade de género, em igualdade salarial ou em direitos das minorias. Ainda no plano político, Renato Santos afirmou que o PSD Mafra é “o PSD que assume publicamente que o Chega é uma opção“, tendo-se mostrado determinado em lutar contra que isso possa vir a ocorrer.
O Jornal de Mafra perguntou a Duarte Cordeiro, que razões estavam na base da aparente mudança na forma como a coordenação autárquica do PS parece estar a olhar para estas eleições no concelho de Mafra, promovendo uma apresentação que para além de ter contado com a presença de figuras gradas dos socialistas a nível regional, mobilizou recursos que se veem pela primeira vez em Mafra ao serviço do PS.
Duarte Cordeiro afirmou que “o partido socialista, quando olha para Mafra, olha com futuro“, inserindo-se numa perspetivava mais vasta que passa por pensar a área metropolitana em conjunto, reconhecendo que “há concelhos que em muitas matérias não estão a andar à mesma velocidade“. Relativamente ao candidato do PS, o presidente da FAUL afirmou que ele simboliza muito daquilo que é o futuro. “A ambição que vamos tendo nos concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, não fazia sentido que não chegasse a Mafra […] Renato Santos tem conhecimento, tem mundo, tem a capacidade de perceber que temos de ser mais ambiciosos, e Mafra merece essa ambição”, afirmou.
Como temos vindo a fazer ao longo desta pré-campanha para as autárquicas, em todos os contactos com os vários responsáveis políticos, o Jornal de Mafra sensibilizou o coordenador autárquico do PS e também membro do governo da república, para a situação distópica da comunicação social no concelho de Mafra, no que se refere, nomeadamente, às relações pouco equitativas que o poder local mantém com os diferentes órgãos de comunicação social do concelho, distorcendo as condições de concorrência que devem ser iguais para todos os players desta área, criando dificuldades no aceso à informação.